terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Striptease em Boston College

Não é muito difícil de imaginar a euforia que ocorre no campus no último dia de aula. Ontem à noite, mesmo sendo uma segunda-feira as duas horas da manhã, ainda dava pra ouvir um pessoal gritando lá fora. Eu moro no sexto andar. Conseguia ouvir perfeitamente a conversa arrastada de uns meninos no térreo. Mesmo tendo que acordar cedo para estudar, não me importei. Afinal, era o último dia de aula e todos queriam comemorar por uns últimos segundos antes de ter que estudar para as provas finais.

Foi quando fiquei sabendo da famosa tradição de Boston College.

Existem umas casinhas vermelhas no meio do campus, onde moram alunos do último ano. Aqui vai uma foto:

Só que na verdade, são bem menos arrumadinhas do que isso. Essas casas vermelhas dão vida à todas aquelas festas que vemos nos filmes -- com direito aos copos de plástico vermelhos, música ruim, e o tradicional vomitório das 3 da manhã. É uma parte, digamos, essencial da experiência de faculdade americana. Também é o lugar certo para quem quer ver dezenas de carros de polícia circulando e procurando pessoas que estão fazendo coisa errada (com a maioridade sendo de 21 anos, a maioria faz "coisa errada").

Chamamos essas casinhas de mods. Um desses mods é designado permanentemente como o "Strip Mod", e quem mora nele é obrigado pela tradição a fazer um show de striptease duas vezes por ano, para todos que quiserem assistir. Esse showzinho acontece todo semestre durante a semana das provas finais. Vídeos de todas as performances passadas estão no YouTube, então todos os novatos querem ver do que é que tanto falam. Ano passado eu nem sabia da existência disso, mas esse ano eu moro no prédio bem do lado dos mods, então inevitavelmente fui avisada sobre o show do "Strip Mod", e decidi assistir.

Às 22h30, fui com minhas amigas assistir ao show. Dezenas e dezenas de pessoas já estavam em pé em volta da casa esperando começar. Tentamos, em vão, achar um lugar para assistir e conseguir enxergar. Os donos do Mod 27B se vestiram de personagens de videogames, fizeram uma dança ensaiada, e tiraram as fantasias na frente da faculdade inteira. Infelizmente, muitos alunos de BC são gigantescos, então mal conseguimos ver o que estava acontecendo. Felizmente, seres humanos foram criados com braços longos e esticáveis, e por isso consegui tirar umas fotos relativamente decentes do evento:

Começo do show, os meninos vestidos de personagens como Mario, Peach, e Luigi

Já os meninos praticamente sem roupas... claro que não foi mais longe do que isso!


Pois é... isso aconteceu. E depois os americanos dizem que nós brasileiros é que andamos por aí pelados!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Halloween 2012... finalmente.

Percebi agora mesmo que tem um post muito importante faltando aqui nestas minhas áreas cibernéticas. Passou-se um mês muito interessante por aqui, e eu esqueci completamente de documentar essas aventuras. Sei que já faz um mês que o Halloween acabou, mas, como sempre dizem, antes tarde do que nunca!

Esse ano o Halloween caiu numa quarta-feira. Portanto, pessoas daqui decidiram comemorar no fim de semana antes, durante a semana inteira, e no fim de semana depois. Vi pessoas fantasiadas o tempo todo durante esse longo período Halloweenístico. Não posso reclamar, pois sempre adorei me fantasiar, desde pequena. Alguns (muitos) anos atrás, minha mãe encontrava uma mini-Luiza deitada no chão da sala com um vestido amarelo e azul e a famosa capa vermelha, com os olhos fechados e uma maçã "envenenada" na mão. Quando o príncipe miava de aparecer, a mini-Lu levantava e decidia brincar de outra coisa. Não tinha limite; em apenas um dia, eu revirava minha coleção de fantasias e me transformava em princesas da Disney, ou até em personagens de seriados dos anos 60 como a Jeannie...

Essa pequena obsessão com fantasias nunca terminou. Minhas festas de aniversário sempre foram temáticas e requeriam roupas e transformações elaboradas. Por isso, fico muito feliz que aqui em Boston o Halloween é um grande evento. O pessoal aqui leva a sério mesmo. Sempre tem zilhões de opções de festas, baladas, e eventos.

Esse ano eu fui a quatro eventos de Halloween. O primeiro foi uma festa na casa do meu amigo no campus mesmo, e me vesti de matadora de zumbis (fotos abaixo). 

Zombie Killer Luiza

Meredith (Black Widow), Alyssa (estudante zumbi), e eu (caçadora de zumbis)
No próximo dia, decidimos continuar com a tradição do ano passado e fizemos uma viagem até Salem, a cidade onde antigamente as mulheres acusadas de serem bruxas eram queimadas. Hoje em dia, essa cidade depende do alto volume de turistas que recebe no Halloween. Ano passado, tirei uma foto do lado dessa mesma placa e coloquei no blog. Nem acredito que já passou um ano! (fotos de Salem abaixo)

(esquerda para direita)
Em cima: Jeff, Mike, Matt
Meio: Chris, Bobby, Meredith, Chris H, Alyssa, Amanda, Katie, Chris L
Embaixo: Rachel, Maggie, eu

Amanda e eu

 Fomos para Salem durante o dia no sábado antes do Halloween (26/10), e de noite tivemos uma festinha no meu dorm. Convidamos todos os nossos amigos, e umas fantasias bem interessantes apareceram. Apareceu um Harry Potter e até um Mitt Romney! Eu, Meredith, e Rachel nos vestimos dos personagens do filme A Laranja Mecânica de Stanley Kubrick. 

Mal posso esperar até o Halloween do ano que vem. Minha parte preferida do ano.

Foto ao lado; eu e Meredith fantasiadas, Matt invadindo a foto...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um pequeno intervalo

Foi como se nunca tivesse ido embora. Cheguei no prédio onde moro na minha faculdade, entrei no elevador, andei até meu quarto, coloquei o código na porta para entrar e... lá estava. Como se eu tivesse dado uma saída rápida de cinco minutos. Como se eu tivesse simplesmente ido para alguma aula qualquer e voltado. A única diferença é que dessa vez eu carregava uma mala grande e umas longas 15 horas de viagem e cansaço na cabeça.

Entrei no quarto e tudo (bem, quase tudo) estava exatamente como eu havia deixado. Algumas coisas estavam fora do lugar mas eu não ia reclamar, né... quando você se sujeita a morar em um lugar com mais oito pessoas é inevitável que amigos entrem no quarto e sentam na sua cama, mexem nas coisas, etc. Eu não me importo. Tinha passado uma semana incrível no Brasil com a minha família, e me senti pronta para enfrentar as provas que vem vindo no fim do semestre!

Mesmo que fiquei muito pouco tempo em São Paulo, me senti rejuvenescida. Até fiquei mais organizada com as minhas coisas, prestei atenção em uma aula que eu detesto (irônico que digo isso, pois nesse momento estou escrevendo este post de dentro de uma outra aula. Vamos dizer que eu não estou muito ciente do que está sendo ensinado), limpei o quarto inteirinho! É sempre bom voltar para casa.

Parece que moro em dois planetas diferentes, levo duas vidas completamente diferentes... lá no Brasil estava calor, o sol se punha as 8 e pouco da noite, eu tinha sossego e momentos de quietude. Aqui o barulho é constante, o céu fica completamente escuro às 4 da tarde (não é exagero!) e quando meu celular me diz que a temperatura lá fora é de 2 graus, eu comemoro por "não estar tãããão frio assim!"

Ontem jantei com a Vicky, minha amiga brasileira que mora em Boston também, e tiramos uma foto com nossas roupas de inverno. Imagine se um dia eu usaria uma roupa assim no Brasil! Demoro pelo menos uns dez minutos a mais para sair de casa de manhã, só colocando todas as camadas de roupas. Se bem que eu adoro minhas luvas sem dedo, e queria poder usá-las no Brasil sem parecer o Michael Jackson...


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Furacão Sandy: minha experiência

Está todo mundo falando desse mísero furacão! É impossível abrir o Facebook sem ler centenas de postagens, fotos e comentários sobre essa tempestade chamada "Sandy." Pessoalmente, eu acho irônico que um nome tão calmo e fofinho foi dado à esse redemoinho de vento que vem se aproximando ao meu lar. Os seriados que eu assisto até foram adiados porque as redes de televisão não querem perder audiência por causa da falta de energia em alguns lugares.

Aconteceu a mesma coisa ano passado. Até escrevi sobre a visitante daquela época, uma tal de Irene, cuja chegada foi tão exageradamente antecipada que quando chegou, ninguém percebeu. Era um ventinho de nada com uma chuvinha mixuruca. Estou começando a achar que essa Sandy será a mesma coisa. Basicamente, os últimos dias por aqui:

1. Notícia na TV provoca medo em todo mundo

2. Pessoas vão aos supermercados para comprar mantimentos para a terrível e ameaçadora tempestade

3. Notícia na TV provoca medo em todo mundo

4. Observo pela janela chuva e um vento forte

5. Notícia na TV provoca medo em todo mundo

6. Aulas são canceladas em todas as faculdades da região

7. Mais chuva e vento forte

8. Notícia na TV provoca medo em todo mundo

9. Aulas são finalmente canceladas na minha universidade

10. Vento vento vento chuva chuva vento chuva vento

11. Saio do quarto porque preciso comer - vento fornece um empurrãozinho gostoso que só ajuda meu trajeto até a cafeteria

12. Notícia na TV provoca medo em todo mundo

13. Minha mãe me liga super preocupada

14. Notícia na TV provoca medo em todo mundo

15. Assisto filmes e não faço nada de útil por algumas horas

16. Notícia na TV provoca medo em todo mundo

17. Acordo de manhã e o tempo está meio feio

18. Coloco casaco de chuva quente e me preparo para encarar o furacão

19. Saio do quarto para andar até a aula e vejo o seguinte céu:





20. Notícia na TV provoca medo em todo mundo

Ou seja, o "furacão" que está causando tanta preocupação nem chegou aqui. Agora, se vai chegar, já é outra história... mas honestamente, eu acho que não.

Essas são minhas interpretações preferidas do furacão Sandy:





quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Noite de Música

Hoje, meu sonho de ser uma estrela do rock finalmente se realizou. Bem, não exatamente, mas foi o mais perto que cheguei desde minha vinda para Boston. Minha faculdade tem um evento duas vezes por mês onde alunos que cantam/tocam alguma coisa podem se apresentar. O lugar é um café no campus chamado The Chocolate Bar, um ambiente super descontraído.

Eu e meu amigo Ted decidimos anteontem que queríamos tocar. Depois de praticar por algumas horas ontem e um tempinho hoje, achamos que estávamos mais ou menos preparados para tocar na frente de um mini público. Disseram que entraríamos às 22h30, e quando eu cheguei, o lugar estava mais ou menos vazio. Fiquei mais tranquila porque pensei, bom, não tem tanta gente, então não preciso me preocupar tanto...

Daí começaram a aparecer. Todas as minhas roommates vieram com um grupo imenso de amigos nossos. Todo mundo apareceu para assistir meu showzinho! Eu cantando, Ted na guitarra, e o café bombando... foi uma das melhores noites do ano. Me senti tão privilegiada por ter feito tantos amigos incríveis aqui!

Cheguei à uma conclusão... eu AMO esses meus americanos!!!!!


Da esquerda para a direita:
Em cima: Bobby, Sam, Erick, Chris, Charaé, Andrew, Sunny, outro Chris, James
Embaixo: Ted, eu, Meredith, Garrett, Matt, Dan, Amanda e Katie
e ainda tinham outros que não fizeram parte da foto!

 


Todas essas fotos foram tiradas pela minha roommate fofa, Meredith. Outras pessoas filmaram, então assim que eu tiver os vídeos eu coloco aqui!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Meu Lado Patriota

Fechei os olhos por um segundo, abri, e já estou no final de outubro! Não sei como foi para o resto do mundo, mas pra mim parece que passou muito rápido... jajá vou ser uma velhinha lembrando desses meus anos na faculdade! Presumindo que o mundo não acabe em dezembro de 2012, claro. Minha previsão é uma apocalipse zumbi. Veremos.

Estamos no começo do outono aqui, então todas as árvores já estão ficando peladas, e o chão repleto de folhas laranjas e amarelas. Toda vez que ando pela faculdade e as vejo no chão, eu não consigo resistir -- acabo saindo do meu caminho para pisar nas folhas crocantes. É a maior satisfação do mundo pisar em folhas secas e ouvir/sentir aquele creck! Tenho certeza de que sabe do que eu estou falando, e se não souber, sua vida não mudou ainda.

O que está acontecendo por aqui?

1. As Meninas de Walsh 606

Somos um grupo excêntrico. Cada uma tem sua personalidade, mas todas temos um senso de humor relativamente parecido, então a vida com elas acaba sendo um eterno ataque de riso. Deveria ter um reality show sobre nossas vidas para capturar todas as cenas constrangedoras, engraçadas e dramáticas de nosso cotidiano.

Meu "apartamento" é mais ou menos assim:
em cima: Amanda, Sunny, Charaé
embaixo: Maggie, Mereidth, Katie, eu, Rachel




Sunny, Erica, eu, Katie, Lexi, Charaé, Eileen, Kate
Meredith no meio.
 E essas são minhas roommates. Bom, algumas delas. As únicas que realmente moram comigo são a Erica, Maggie, Meredith, Katie, Charaé, Sunny, e Amanda. As outras são visitantes. Porém, a Rachel (na fota de cima) praticamente mora com a gente, e é tão próxima que às vezes até a gente esquece que ela não mora lá.


2. Independência ou Morte!

Acho que nunca fui tão patriota na minha vida quanto esse ano. Quando cheguei aqui e descobri que o dia 7 de setembro seria uma sexta-feira (e aqui não é feriado coisa nenhuma), achei uma ótima oportunidade para fazer todos os gringos celebrarem a independência do Brasil, e apreciarem um pouco a minha cultura. Fui à padaria brasileira aqui perto e encomendei 70 brigadeiros, 70 pães de queijo e vários litros de guaraná. Convidei umas quarenta pessoas para nosso "apartamento" (ficou bem lotado) e fiz todos experimentarem essas delícias que nós brasileiros não conseguimos viver sem. É lógico que adoraram. A festa também tinha outra regra: venha vestido do que vem na cabeça quando você pensa "Brasil." Apareceram vários jogadores de futebol, muitos de verde e amarelo, mas meu preferido foi um amigo que apareceu usando uma saia samambaia e um sutiã feito de plantas. Eu me vesti de Captain Brasil, a versão brasileira e feminina do Captain America. Realmente foi muito legal. Isso tudo me levou a pensar, porque que no Brasil ninguém se importa com a nossa independência? Nunca tinha feito, nem ouvi falar de alguém que fez, uma festa como essas antes e morei no Brasil por dezoito anos! Onde está nosso patriotismo?! De agora em diante, farei de tudo para honrar nosso país nesse dia especial. Mesmo que signifique engordar cinco quilos em uma noite por causa da ingestão excessiva de brigadeiros.

Captain Brasil




domingo, 16 de setembro de 2012

Nada de errado em ser criança



Como as adultas super maduras que somos, Meredith e eu fomos assistir Procurando Nemo em 3D hoje. Entramos no cinema e só vimos pais levando os filhos, grupos de crianças, etc. Quase 20 anos de idade e ainda dedicamos horas dos nossos dias para assistir desenhos animados.

Decidi refletir mais sobre o assunto, e cheguei à conclusão de que eu realmente ainda tenho um lado infantil. Fui ao cinema em pleno domingo à tarde, sendo que tinham vários filmes novos no cinema que eu poderia ter ido assistir, e mesmo assim eu passei duas horas rindo (alto) da Dory e torcendo muito pelo Marlin. Mesmo já tendo visto esse filme duzentas milhões de vezes, eu ainda quase choro quando o pai preocupado encontra o fofinho do Nemo...

E não é só esse filme, não. Não são apenas os desenhos milionários da Pixar que me atraem. Eu constantemente assisto desenhos antigos do Cartoon Network, e por sorte achei amigos aqui nos EUA que adoram assistir as mesmas coisas! Somos um grupo de universitários (ou seja, adultos) que se reúnem para assistir Animaniacs, Invasor Zim, e Adventure Time.

Que, por sinal, são desenhos MUITO BONS (e um pouco medonhos às vezes) que eu recomendo para todos.


Concluí, no dia de hoje, que não há nada de errado em voltar a ser criança de vez em quando. E esses momentos de retorno à infância ajudam muito com o stress e a pressão de ter que "ser adulto."

Be a kid, be silly, be happy.

Seja criança, seja bobo, seja feliz.






segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Já chegou o ano seguinte...

Uma semana já passou desde minha chegada em Boston. O segundo ano (nem acredito) acabou de começar! Demorei um tempo para escrever porque tive que montar meu novo "dorm." Minha faculdade tem um sistema hierárquico para decidir quem vai morar aonde. O pessoal do primeiro ano não tem muita escolha. Já no segundo ano existem os sortudos que moram em um "8-man" -- como nós o chamamos -- na melhor localização do campus. Para decidir, cada grupo ganha um horário para escolher o quarto que quer, e dependendo do horário, conseguem um 8-man. Outros ficam presos com a mesma situação do ano passado. Eu tive muita sorte. Estou morando em um 8-man com sete amigas. Esse tipo de quarto tem a seguinte configuração: uma sala com sofás, cadeiras, etc + uma mini "cozinha" (só microondas e pia, porque nem se pode levar uma geladeira de tamanha normal) + 4 quartos de duas meninas em cada + 2 banheiros. Ou seja, divido quarto com mais uma e banheiro com mais três. Aqui vão algumas fotos do meu quarto novo (foram tiradas bem quando eu me mudei, então agora já está bem mais bonitinho do que isso, mas dá pra ter uma ideia):

Esquerda: meu quarto... prometo que já está bem mais arrumadinho agora.
Meio: Banheiro
Direita: Nossa salinha. Essas são minhas roommates Katie, Amanda, Sunny, Charaé e Meredith [duas estão faltando, Erica e Maggie]

O começo desse ano foi uma repetição do ano passado. Lembram da Meredith, minha amiga de cabelo vermelho? Bom, ela é minha roommate esse ano, e quis novamente que eu tingisse o cabelo dela. Aparentemente meus serviços de cabeleireira estão super requisitados! Devo ter feito algo certo. Chegamos na faculdade e dois dias depois já tínhamos transformado nosso banheiro em um salão de beleza. Primeiro descolorir.... e depois colorir! Terminei meu trabalho e deixei-a parecida com a pequena sereia. Ficou muito legal! Adoro pessoas que têm coragem de fazer coisas drásticas e diferentes, que não têm medo de expressar suas personalidades. Pessoas autênticas. Acho que é por isso que somos tão boas amigas!

Antes e depois!
Primeiro descolorimos o cabelo dela, e depois fizemos esse vermelhão! Parece a Ariel, ou a Jessica Rabbit! Amei.


Neste momento estou sentada na biblioteca da faculdade, tentando fazer minha lição de casa. Os trabalhos já começaram a todo vapor, tenho 190192801928010198209182081029 de livros para ler (sou meio exagerada, mas deu pra entender)! Assim são meus horários/aulas durante a semana:

SEGUNDA/QUARTA/SEXTA

15h - 15h30: MEMORY IN EVERYDAY LIFE 
(Uma aula de psicologia que foca em memória)

TERÇA/QUINTA

7h15 - 8h15: SUNRISE YOGA
(Não é uma aula obrigatória, mas eu tenho feito e é um ÓTIMO jeito de começar o dia)

9h - 10h15: INTRO TO FILM ART
(História do cinema, basicamente. Não sou a maior fã do professor dessa aula, mas adoro o assunto)

11h - 11h50: ATLANTIC WORLDS
(História do "mundo novo" no período colonial)

12h - 13h15: PERSON AND SOCIAL RESPONSIBILITY
(Essa é minha aula mais interessante do momento. Chamamos de "PULSE", e aprendemos filosofia e teologia. É uma aula menor, temos muitas discussões, e tem um componente muito legal de serviço comunitário. Farei 12 horas por semana um trabalho comunitário em algum lugar que ainda não foi definido. Com certeza essa será a aula que mais vai afetar minha vida).


É assim o programa semanal de um aluno em Boston College. Cada semestre os horários e as aulas mudam, mas foi tudo 100% escolhido por mim. Nada é obrigatório; apenas temos que completar os créditos antes de se formar. Por isso que gosto tanto de estudar aqui!

Desculpe essa bíblia que escrevi aqui hoje... é que fazia tempo que eu não atualizava meu "diário" virtual. Vou começar minha lição de casa, fui!

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Irmãs Dubladoras

Segunda-feira é o dia "oficial" de todos os irmãos jantarem na casa do meu pai. É nossa pequena reunião familiar, onde chegamos às 8:30, brincamos com a Rafa (a irmã mais nova), jantamos, e assistimos o programa do meu pai.


Semana passada o assunto na mesa de jantar era dublagem. Riamos da tosquice que é assistir um filme dublado, comentamos que o Brasil é o país que tem as melhores dublagens do mundo, e até assistimos uma tentativa (hilária) do meu pai dublando parte de um seriado. Digamos que ele não foi muito bem... eu e minha irmã Fabiana zuamos muito ele por falar como apresentador ao invés de usar uma voz natural para dublar um personagem.


Daí decidimos que conseguíamos fazer melhor do que ele.


Baixamos uma cena de Gossip Girl no computador do meu irmão Ricardo (foi um sufoco conseguir convencê-lo a nos deixar usar o precioso computador dele, que para ele é mais filho do que máquina), traduzimos o texto, tiramos o som original, e dublamos com nossas vozes. E não é que ficou super legal?!


Mas estava no computador do meu irmão. Sabíamos que nunca mais iríamos ver nossa obra prima. Então, outro dia eu e Fabi jantamos juntas e em vez de assistir um filme depois do jantar como pessoas normais, decidimos passar horas fazendo dublagens toscas de pijama. Usamos uma cena de Gossip Girl e uma de Desperate Housewives.


Divido agora com o mundo nosso lindo trabalho de dublagem:





Fabiana Justus interpretando Gabrielle Solis
Luiza Justus interpretando Anna





Fabiana Justus interpretando Serena Van der Woodsen
Luiza Justus intepretando Blair Waldorf




E então, o que acharam?!





quinta-feira, 21 de junho de 2012

Problema no cinema

Tenho um comentário a fazer sobre cinemas.

Algo que está realmente começando a me irritar.

Gostaria de iniciar minha pequena sessão de reclamação dizendo que cinemas no Brasil são absolutamente impecáveis. Raramente vou à uma sala de cinema "caindo aos pedaços", como dizemos, onde tem chiclete no chão e as luzes não funcionam direito e há substâncias grudentas não identificadas em tudo quanto é lugar e as cadeiras ficam fazendo aquele barulhinho chato quando alguém se move. (Sabe aquele "creck creck creck"? Quando você quer focar no filme mas percebe que o barulhinho está lá, boa sorte na tentativa de esquecê-lo...)

Enfim, os cinemas no Brasil, pelo menos os que eu tenho frequentado, estão livres desses problemas. Não posso dizer o mesmo sobre salas de cinema nos Estados Unidos. Além de serem asquerosas, velhas, e o lar de um império de ratos (isso não é exagero), eles continuam usando o sistema antiquado de vender ingressos que o Brasil já abandonou há anos.

"Como assim, 'lugar marcado?'" Meus amigos americanos me perguntam isso sempre que falo dos cinemas no Brasil. Lá, naquele país que diz ser extremamente evoluído, não existe lugar marcado em cinema nenhum. Essa mordomia que temos de comprar o ingresso, escolher o lugar, e depois chegar no filme super em cima da hora e ter as cadeirinhas lá te esperando sem estresse não existe nos EUA. O pessoal ainda tem que chegar uma hora antes do filme para garantir que não vão bater o nariz na tela.

Isso é uma coisa que um dia eles vão perceber que estão fazendo errado e vão mudar. Cinemas aqui no Brasil são... quase perfeitos.

E eu lhe digo por quê.

Os detalhes mencionados acima são meus elogios aos cinemas brasileiros, que só melhoraram nos últimos anos. Aqui vai minha única crítica:

Imagine-se no cinema. Está no escurinho, vendo aquele filme incrível que você está achando demais. Não quer perder nem um segundo do filme. Infelizmente, você comprou a Coca-Cola grande, e a mesma acaba de atravessar seu corpo. Começa a querer sair, e quanto mais você a impede de fazer isso (porque quer assistir "só mais essa cena"), mais ela buzina e faz um mini escândalo na sua bexiga. Quando já não aguenta mais, você sai correndo da sala do cinema para perder o mínimo possível do filme, entra no banheiro, e finalmente se alivia.

Hora de lavar as mãos. Ok, tudo certo. Hora de secar as mãos. Você se depara com um desses:




Será que eu vou com a mão molhada mesmo? Você pensa. Mas daí lembra que não quer secar a mão no jeans e também não quer ficar com a mão pingando quando voltar para a sala (pega meio mal, né?). Você suspira, e decide usar o secador mesmo, afinal, deve ser um daqueles mega-rápidos que fazem sua pele enrugar.

Daí sai aquela brisa. Aquele ventinho mequetrefe que não tira nem a umidade da mão. Você começa a pensar em tudo que pode estar acontecendo no filme enquanto você fica esperando suas mãos secarem debaixo daquele troço. Será que ele ficou com a menina? Será que teve uma cena super engraçada? SERÁ QUE ALGUM PERSONAGEM MORREU E EU AINDA ESTOU AQUI ESPERANDO MINHAS MÃOS SECAREM?

Óbvio que ninguém espera secar até o fim. Dá aquela raiva básica, e, bufando, você sai do banheiro com as mãos pingando e acaba secando no jeans do mesmo jeito.

Fim de história. Admito, o secadorzinho é muito mais ecológico e tudo mais. Deveria ser obrigatório em todos os lugares MENOS no cinema, pois eu tenho certeza que existe aquela pessoa sem vergonha que vai deixar de lavar as mãos só por causa disso, e depois encostar no corrimão, na parede do elevador, na mesa do restaurante, e assim vai...


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Razões e Desculpas



Olha quem voltou!

Eu... eu. Só eu. Não o Tupac e nem o Michael Jackson.

Agora vem a listinha de desculpas. Sabe? Aquela que diz em altos detalhes todas as razões pelas quais eu não posto nesse bendito blog há uns bons três meses.

"Ai, gente... sabe como é, né... tava ocupadíssima! Muitas coisas acontecendo nessa vida maluca! Sei que vocês me entendem."

NÃO.

Mentira. Mentiiiiira. É um fato da humanidade. O ser humano sempre tem tempo para fazer aquilo que gosta ou aquilo que quer. Se não tem tempo, arranja. Sinto lhe dizer, mas se seu namorado(a) terminou com você porque ele (ou ela) "gosta muuuuito de você, muito mesmo, mas a rotina está muito complicada e simplesmente não tem tempo para ter um relacionamento." Isso não passa de uma grande pilha de cocô de boi. Quem quer tempo, arruma.

Então, a minha desculpa não vai ser essa. Especialmente porque esses últimos meses nem foram tão ocupados assim. Estaria rica se eu ganhasse 1 real para cada tarde que eu passei fazendo uma dessas coisas:

a) esparramada no sofá dormindo
b) assistindo Modern Family/How I Met Your Mother/etc...
c) jogando The Sims
d) jogando Draw Something/Song Pop/Scramble (pouco sem vida, né? as horas voam quando se está entretido num brinquedinho desses...)

É claro que ainda tive meus estudos. As últimas semanas do primeiro ano da faculdade foram tensas, pois eu tive que estudar muito e ao mesmo tempo lidar com o fato que não veria meus amigos por quatro meses.

Quatro meses de férias... brincadeira, né? Com certeza é porque os padres fofos lá de Boston College estão mais afim é de se mandar para a praia e ficar sem encheção de saco de adolescente por pelo menos um tempinho. Esfriar a cabeça careca. Ou, a minha teoria secreta: eles querem mesmo é ficar jogando Draw Something e assistindo vídeos no YouTube.

O que eu tenho feito? Bem, no finalzinho da minha estadia em Boston, no dia antes do meu aniversário, meu pai e meus irmãos Ricardo e Fabiana foram me visitar de surpresa. Minha mãe já estava lá. Os três apareceram DO NADA no meio do restaurante e eu chorei como um bebezinho. Foi, fácil, o melhor dia da minha vida.

Desde que cheguei em São Paulo, estou estagiando no período da tarde em uma produtora chamada Conteúdo Urbano. Simplesmente insano.

E agora vem a promessa de mais posts:

"PROMETO POSTAR TODOS OS DIAS DE AGORA EM DIANTE!"

Não.

Sabemos que isso não vai acontecer. Mas três meses sem postar? NUNCA MAIS. Se eu fizer isso, podem... sei lá. Inventa aí um castigo.

Para não reclamarem [ahem, Fabiana Justus] que não teve foto...:



(eu sem os fotoshópio):

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Objetos Não-Identificados

Depois de vários problemas e algumas inconveniências na lavanderia, decidi que estava na hora de mandar para quem soubesse mesmo fazer. Por um semestre eu carreguei minhas roupas sujas até as máquinas comunitárias, fiz tudo errado, estraguei umas roupas, e gastei horas do meu dia carregando roupas de lá pra cá no frio. No começo desse ano eu descobri que existe um serviço de lavanderia da faculdade mesmo, e você só leva lá e eles fazem! Simples assim!

Hoje eu fui buscar minhas roupas limpinhas lá no laundry room. Carreguei a sacola cheia de roupas até meu quarto, daí comecei a tirar elas do saco e dobrar para guardar.

Estava tudo normal...

... até aparecer uma cueca aleatória no meio das minhas coisas!


Não sei de quem é ou como ela foi parar no meio das minhas coisas... não é possível que as pessoas da lavanderia tenham achado que fosse minha. Não tem jeito de achar o dono pois pode ser qualquer pessoa do primeiro ano da minha faculdade.

Agora... o que fazer com a pobre cueca que foi enviada para o lar errado?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Filmando O Dito "Polar Plunge"

Como disse no post anterior, eu decidi não pular na água congelante. Fiquei filmando os outros. Essa foi a cena (estou no canto do lado direito, filmando com o celular):


Notem o pessoal "pelado" correndo até a água. Nessa hora eles não tinham pulado ainda... não sabiam o que os esperava.

Enfim...

1h da manhã aqui e eu passei as últimas duas horas assistindo Vampire Diaries e Desperate Housewives. Preciso dormir se quero acordar as 8h para minha aula de comunicação. Desligando internet AGORA. Boa noite!

Viagens e Ideias Inteligentes

Eu e Stephanie chegando na famosa Plymouth Rock

Esse fim de semana foi diferente de todos os outros desde que estive aqui. Viajei para Plymouth, uma cidadezinha aqui em Massachusetts, a cidade onde os Pilgrims chegaram quando vieram da Inglaterra aos Estados Unidos em 1620 procurar uma nova vida com liberdade religiosa.

Viajei com um grupo de 130 alunos sem conhecer ninguém. A intenção da viagem era conhecer outras pessoas e conversar sobre nossas experiências em Boston College. Foi um fim de semana maravilhoso e conheci muitas pessoas novas!

Uma das tradições dessa viagem é fazer uma loucura chamada "Polar Plunge." Todos se juntam no meio do dia, se vestem como se estivessem na praia (nessa hora a temperatura do ar estava menos de 5 graus), e se jogam na água congelante da praia de Plymouth. Obviamente eu achei essa ideia completamente maluca. Genial, não? Vamos todos se jogar na água gelada até não conseguir mais sentir os pés e pegar uma gripe coletiva! Com certeza, essa é minha ideia de diversão.

Não fui.

Coloquei meu casaco quentinho, me embrulhei em todas as malhas que eu tinha, e fiquei em pé assistindo, ao lado das outras pessoas que decidiram que existem coisas mais inteligentes de se fazer nessa vida. Nós, quentinhos e confortáveis, assistimos enquanto a turminha se ferrava. Foi tão engraçado. Todos saíram correndo igual uns patinhos até a água gelada, e quando se jogaram, fizeram uma carinha azeda de arrependimento... mas claro, não admitiram que foi a pior ideia do século. Eu só fiquei de fora rindo. É claro que eu os admiro pelo espírito aventureiro, mas nessas situações eu prefiro me entreter com essas ideias de jerico dos outros.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

E continua a vida de Boston...

Pois é, voltei. Minhas aulas começaram ontem. Sempre no começo de ano eu sou uma aluna exemplar; anoto tudo, faço a lição de casa no dia em que foi dada, presto atenção na aula, e sou super organizada. Por enquanto eu ainda estou nessa fase. Vamos ver quanto tempo isso vai durar. Eu diria umas duas, três semanas? Veremos.

Hoje foi um dia produtivo, pois tive três aulas, e entre estas eu fiz deveres e tive tempo para "lazer" também. O meu "lazer" de hoje foi andar até um lugar aqui perto chamado Cleveland Circle. Em Cleveland Circle há restaurantezinhos, uma farmácia, um Dunkin' Donuts, e... acho que é só isso mesmo. É bem pequeno, mas é o "centro comercial" mais próximo do meu dorm. Decidi, então, acompanhar a minha amiga Meredith até a farmácia, e fazer disso um exercício. Tem um ônibus que leva os alunos até Cleveland Circle. Este fica indo de lá até o campus, indo e voltando, até umas duas horas da manhã todos os dias. Poderíamos ter ido de ônibus, mas decidimos ir à pé para fazer um pequeno exercício e ver a vista bonita do Reservoir, um laguinho fofo que fica no caminho até Cleveland Circle. Pareceu uma boa ideia ir à pé.

Gênias.

Hoje estava sol. Eu falo isso como se fizesse alguma diferença... não, o sol não importa. Ainda estava entre -1 e 3 graus o dia inteiro hoje. Sabíamos disso, porém pensamos: "não tem problema, a gente anda até lá tranquilamente se formos bem agasalhadas." Um pequeno fator que nós não consideramos foi o vento.

Vento que vem do lago.

Uns ventos insuportavelmente frios que congelaram minha orelha e até minha pernas. Saímos correndo até o restaurante mais próximo para se esquentar (o restaurante que ainda era meio longe) mas até chegarmos lá, eu já não conseguia sentir mais as minhas pernas.

Moral da história, que tive que aprender hoje na raça:

A área em volta de um lago ou uma represa, Luiza, normalmente tem ventos fortes. Então pense duas vezes antes de fazer caminhadas bonitas no meio do inverno.

Pelo menos o passeio foi bonito...